sábado, 8 de novembro de 2025

CARTA da Presidencia da COP 30 - André Aranha Corrêa do Lago - Presidente Designado da COP30

 


Resumo  - CARTA DA PRESIDENCIA DA COP30 

Presidente - André Aranha Correa do  Lago;


A Hora de Acionar Pontos de Inflexão Positivos

A Presidência brasileira da 30ª Sessão da Conferência das Partes (COP30) da UNFCCC lançou a nona "Carta da Presidência", reafirmando a urgência climática e posicionando a conferência, a ser realizada em Belém, como um ponto de inflexão decisivo para manter vivo o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5 °C.

O Alerta Inegável da Ciência

O documento utiliza as advertências do IPCC e do Relatório de 2025 sobre Pontos de Inflexão Globais para reforçar a gravidade da crise. Os principais alertas são:

  • Risco de Colapso Sistêmico: O aquecimento global caminha para ultrapassar 1,5 °C, elevando o risco de acionamento de múltiplos pontos críticos de inflexão planetários (Tipping Points). Tais transformações abruptas e irreversíveis ameaçam a resiliência dos sistemas sociais, econômicos e políticos.
  • Ameaça Amazônica: A Amazônia, coração do sistema climático global, encontra-se à beira de um ponto de inflexão irreversível, sob risco de colapso ecológico generalizado se o aquecimento atingir a faixa entre 1,5 °C e 2 °C.

De Lacunas a Alavancas: O Caminho para a Regeneração

Apesar das lacunas de ambição e implementação globais (apontadas pelos relatórios do PNUMA), a Carta enfatiza que a ciência também mostra um caminho de esperança: acionar pontos de inflexão positivos. Estes são limiares onde mudanças tecnológicas, comportamentais e sociais se aceleram em direção a um desenvolvimento resiliente e de baixo carbono.

As principais alavancas identificadas para essa guinada global incluem:

  1. Infraestrutura Pública Digital (DPI): Utilizar tecnologias digitais (como o exemplo do PIX no Brasil) e inteligência artificial para dar velocidade e escala à transição, facilitando desde alertas precoces até o pagamento por serviços ambientais a agricultores.
  2. Financiamento Acessível: Mobilizar recursos por meio de instrumentos como o Mapa do Caminho de Baku a Belém para 1,3T e o recém-lançado Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que recompensará países por cada hectare de floresta conservada.
  3. Transição Energética e Regeneração da Natureza: Focar em ações de alto impacto e rápida resposta, como a redução do metano e a restauração de florestas e ecossistemas.

Prioridades e a Abordagem da COP30

A Presidência brasileira define três prioridades interligadas para a COP30:

  1. Reforçar o Multilateralismo e o regime climático.
  2. Conectar o Regime Climático à Vida Real das pessoas e à economia real.
  3. Acelerar a Implementação do Acordo de Paris (nas cinco dimensões: mitigação, adaptação, financiamento, tecnologia e capacitação).

A COP30 não buscará uma única resposta, mas sim um Ecossistema de Soluções. A meta é fazer a transição da "negociação" para a "implementação coordenada", transformando o ciclo de políticas do Acordo de Paris "do desenho à entrega". Isso será materializado em uma Agenda de Ação Acelerada focada em seis eixos temáticos (como florestas, energia, finanças e tecnologia).

O Brasil enfatiza que a transição climática é irreversível e, embora a humanidade esteja curvando a trajetória das emissões para baixo pela primeira vez na história (com novas NDCs que projetam reduções até 2035), é preciso mais velocidade para manter 1,5 °C ao alcance.

Foto - Infomoney - Carta da Presidencia - Andre Lago - GA. Caroline Kerestes - Pres. APGAM - Organização - Ga.   Carvalho,  JR.  - Resumo - IA - Gemini - Apoio - Ga. Eduardo Oliveira - Dir. de Comunicação/APGAM

 


segunda-feira, 27 de outubro de 2025

A transição energética se sustentará com a exploração de combustíveis fósseis?

 


Enquanto a prospecção de petróleo e gás natural está relacionada à incidentes ambientais, alguns especialistas sustentam que a transição energética se fará inevitavelmente com o papel temporário de combustíveis fósseis ao tempo que ocorrem os investimentos necessários para o crescimento da energia sustentável.

 No entanto, no Brasil uma notícia recente indica que o Operador Nacional do sistema elétrico pediu que usinas de energia solar fossem desligadas para seguir o equilíbrio de oferta e demanda no sistema, a um grande debate em torno desse ponto final, mas como é possível produzir mais do que se precisa? Talvez esse não seja o problema e sim não possuir formas de acumular essa grande quantidade de energia. Baterias, por exemplo, de lítio. Aí a importância das terras raras nesse contexto, de transição energética.

 Devido a uma aderência muito alta e crescimento da geração de energia distribuída, por exemplo com o uso de placas solares há uma produção de volume muito alto que desequilibra essa oferta e demanda. O que deve estar relacionado ao preço e a sobrevivência de organizações do setor de energia, além da necessidade de realização de manutenção nos sistemas de energia, em geral.

 Com vários planos de fundo, energia, terras raras, gás petróleo são assuntos geralmente relacionados; talvez também sejam um assunto considerado como importante e central no contexto econômico de algumas nações, e da maioria dos países. Para o Brasil não é diferente.




No âmbito do assunto, o oceano desempenha papéis fundamentais para a humanidade, seja como fonte de alimentos, via de transporte, recursos energéticos, lazer, regulação climática, captura de carbono e biodiversidade. Com relação ao transporte marítimo, este cresceu tanto que não é possível imaginar o funcionamento da economia contemporânea sem a sua existência (Andrade B. et al. 2021). Entretanto, os oceanos, os mares e os recursos marinhos estão cada vez mais ameaçados, degradados ou destruídos pelas atividades humanas, reduzindo sua capacidade de fornecer serviços ecossistêmicos cruciais (ONU, 2021).

Mesmo para áreas com alta sensibilidade ambiental como a Foz da bacia do Amazonas, foi aprovada depois de um processo extremamente necessário e técnico o órgão ambiental brasileiro o IBAMA, aprovou a licença para a pesquisa e prospecção de petróleo na região que possui produção quase imperceptível mas agora poderá mudar essa realidade.




No Brasil, segundo o IBAMA (2020), considerando o total de acidentes ocorridos, por região brasileira, e comparando-os com ocorridos apenas em estados costeiros ou bacias sedimentares, examina-se que as ocorrências são maiores na região Sudeste, seguida pela Nordeste (Figura 1.1). Tal fato pode ser explicado pela concentração de atividades de produção e exploração de petróleo e gás, principalmente nas Bacias de Campos, Santos, Espírito Santo e Sergipe/Alagoas (IBAMA, 2020). 

Figura 1.1 - Número de acidentes ocorridos em estados costeiros (em ambiente   costeiro e marinho) de 2006 a 2020, por macrorregião brasileira. 


                                       Fonte:  IBAMA, RQMA 2020. P. 387.

 A aprovação da licença para exploração de petróleo no nordeste poderá mudar esse cenário, contribuindo positivamente para o aumento de incidentes e emergências ambientais. Por isso, com razão, a exigência do IBAMA por uma estrutura de atendimento maior e que será capaz de atender qualquer evento que ocorra por conta do processo na região. Conforme o relatório de qualidade Ambiental do Ibama a região do Amazonas atualmente possui uma produção pequena comparada às demais. Com aprovação da licença esse volume pode aumentar se tornando uma região com produção equivalente a bacia de Búzios.

Figura 1 - Produção de petróleo e gás por bacia (2010-2020).



Na prática, a licença concedida pelo Ibama autoriza a realização de atividades de perfuração e pesquisa em um bloco na Foz do Amazonas. (veja a localização exata mais abaixo)

A proposta é que a empresa realize estudos para verificar se realmente existe potencial de ocorrência de petróleo na região. Caso a presença de petróleo seja confirmada, será necessário obter novas licenças para a extração.

Dias depois, os Estados Unidos aprovaram recentemente a exploração de petróleo e gás em uma área ambientalmente sensível do Alasca. A decisão, anunciada em outubro de 2025, autoriza a perfuração no Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Ártico (ANWR), revertendo as restrições impostas pela administração anterior.

O Departamento do Interior deve anunciar nas próximas semanas a liberação da exploração de combustíveis fósseis nos 1,56 milhão de acres de tundra que compõem a costa norte do Alasca. A decisão também deve restabelecer sete licenças de perfuração concedidas ao estado do Alasca no fim do primeiro mandato de Trump, posteriormente revogadas pelo governo Biden.

No Brasil, diversas entidades como ONGs além do ministério público Federal se mobilizaram e apresentaram recursos contra a liberação da licença pelo Ibama a Petrobrás.

Em conclusão, a exploração de petróleo e gás natural, apesar de ser uma fonte de energia importante, apresenta desafios significativos para o meio ambiente e a sustentabilidade. A recente aprovação da licença para exploração de petróleo na Foz do Amazonas e a decisão dos Estados Unidos de explorar petróleo no Alasca são exemplos, que caminham juntos, de como as atividades humanas continuam a impactar negativamente os ecossistemas. Nesse contexto, a COP 30 surge como uma oportunidade crucial para discutir e implementar soluções sustentáveis e inovadoras que possam equilibrar as necessidades energéticas com a proteção ambiental. É fundamental que os líderes mundiais trabalhem juntos para promover práticas sustentáveis e mitigar os efeitos das mudanças climáticas, garantindo um futuro mais equilibrado e resiliente para as gerações futuras.

Referências

 AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS. Relatórios de Impacto Ambiental. Disponível em: <https://www.gov.br/anp/pt-br/rodadas-anp/oferta-permanente/opc/arquivos/sg/foz-amazonas.pdf>. Acesso em: 26 out. 2025.

 IBAMA. Relatório de Qualidade Ambiental 2020. Brasília: IBAMA, 2020. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/sophia/index.php?codigo_sophia=139603>. Acesso em: 26 out. 2025.

Texto: Ga.Eduardo Oliveira (Dir. de Comunicação) - Fotos:Yutube e G1-Globo

domingo, 12 de outubro de 2025

Expectativas COP 30 e a proteção do Meio Ambiente.

 

A COP "é amanhã", e o mundo está de olho. Com apenas um mês para o início do evento, a esperança é que as nações participantes se alinhem em torno de decisões importantes. A COP é um evento global de gestão ambiental que visa estabelecer metas e ações para proteger o meio ambiente.

A participação é fundamental, e 198 partes signatárias da Convenção - Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) estão habilitadas a participar. No entanto, o negacionismo climático e a falta de estrutura logística em Belém, no Pará, aparentemente "impactariam" negativamente o evento, que foi dito como "esvaziado".

Mas houve e há esperança. As atuações dos governos: federal, estadual do Para, e municipio de Belem tem contribuído para mudar o cenário. Até o dia 10 de outubro, 162 países confirmaram participação no evento principal da COP 30. E entre os paises destacamos alem do anfritrião Brasil, Australia, Alemanha, China, India, Inglaterra, França, Mexico, Noruega, Suiça... contrastando com os EUA que ainda não confirmou presença, é um exemplo importante, demonstrando a necessidade da participação e responsabilização das grandes nações com as metas globais de redução, combate e adaptação às mudanças climáticas.


APROXIMADAMENTE 1 MÊS DA COP: O MUNDO E O BRASIL GUARDAM AGORA EXPECTATIVAS POSITIVAS. A GESTÃO AMBIENTAL E SUAS DIVERSAS ATRIBUIÇÕES DENTRO DA ADMINISTRAÇÃO DOS FATORES AMBIENTAIS ENGLOBA UMA VISÃO GLOBAL DO MEIO AMBIENTE. A COP É O EVENTO GLOBAL DA GESTÃO AMBIENTAL.

Texto: Ga. Eduardo Oliveira (Dir. de Comunicação - APGAM)

fotos: Belém - Credito - Viagens e Caminho - Floresta - Bla-Bla-Blog

          


sábado, 9 de agosto de 2025

VETADA - Retirada da Mata Atlântica do regime de proteção especial.

 


Foi publicada nesta sexta-feira (8), em edição extra do Diário Oficial da União, a Lei Geral do Licenciamento Ambiental (Lei 15.190, 2025), com 63 dispositivos vetados. O Executivo argumenta que os vetos buscam garantir maior proteção ambiental e segurança jurídica e que o texto retirado da lei poderia eliminar ou reduzir exigências para o licenciamento.

Lula vetou 63 dos 400 dispositivos do projeto aprovado pelo Congresso (PL 2.159/2021), que foi apoiado pelo agronegócio e setores empresariais, mas vinha sendo denunciado por organizações ambientalistas e pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) como um grave retrocesso.

Uma medida provisória (MP 1.308/2025) e outro projeto de lei, com urgência constitucional, também foram assinados por Lula, para recompor em parte os dispositivos vetados. A MP trata exclusivamente da regulamentação do chamado Licenciamento Ambiental Especial (LAE), com regras que garantam agilidade ao processo.

Vetados

Entre os dispositivos vetados está justamente a possibilidade do LAE ser realizado com fase única. Essa modalidade de licenciamento poderá ser acionada apenas para projetos prioritários, que terão equipes focadas em dar celeridade aos licenciamentos.

Também foi vetada a possibilidade de licenciamento simplificado para empreendimentos de médio potencial poluidor, o que inclui a modalidade de licenciamento por autodeclaração. Com isso, a Licença por Adesão e Compromisso (LAC) fica mantida apenas para obras de baixo impacto ambiental.

O governo também vetou dispositivos que transferiam, “de forma ampla”, para os estados e o Distrito Federal, a definição dos parâmetros e critérios para licenciamentos. Com os vetos, o governo estabeleceu que estados e DF devem respeitar “padrões nacionais”. Também foi vetada a possibilidade de retirar a Mata Atlântica do regime de proteção especial para supressão de floresta nativa.

Indígenas e quilombolas

Outro veto derrubou o dispositivo que limitava as consultas a comunidades indígenas e quilombolas para empreendimentos realizados em suas áreas. Com o veto, os grupos indígenas e quilombolas que tenham iniciado o processo de reconhecimento devem ser consultados.

Produtores rurais

Foi derrubado o dispositivo que dispensava o licenciamento ambiental para produtores rurais com Cadastro Ambiental Rural (CAR) pendente de análise pelos órgãos estaduais. O governo vetou ainda dispositivo que limitava ações de compensação apenas por impactos diretos ao meio ambiente, excluindo os chamados impactos indiretos.

Unidades de Conservação

Foi vetado, ainda, o artigo que acabava com a obrigatoriedade de seguir os pareceres de órgãos gestores de unidades de conservação no licenciamento de empreendimentos que afetem diretamente a unidade ou a área do entorno protegida. Com o veto, os órgãos das unidades de conservação terão poder real sobre o processo. Outro veto do presidente Lula manteve a responsabilidade de instituições financeiras na concessão de crédito em casos de danos ambientais em projetos financiados por elas.

Palavra final

Todos os dispositivos vetados serão analisados em sessão do Congresso Nacional e podem ser mantidos ou cancelados. Para a rejeição do veto é necessária a maioria absoluta dos votos de deputados e senadores, ou seja, 257 votos de deputados e 41 votos de senadores, computados separadamente. Registrada uma quantidade inferior de votos pela rejeição em umas das Casas, o veto é mantido.

Foto - Marcio Isensee e Sa/Istockphoto
Fonte: Agência Senado.

APGAM - Pres. Ga. Caroline Kerestes
Diretoria de Comunicação - Ga. Eduardo Oliveira / Ga. Jose Ramos Carvalho.


segunda-feira, 28 de julho de 2025

O Caos Invisível da Fibra Óptica em São Paulo: Um Risco para a Cidade e o Meio Ambiente

 

São Paulo, metrópole conectada, enfrenta um caos silencioso que afeta a segurança, a mobilidade e o meio ambiente: a gestão inadequada de resíduos das instalações de redes de fibra óptica: domesticas, comerciais e industriais. Apesar das normas e leis existentes, a cidade convive com fios e cabos soltos, descarte irregular e uma desorganização que vai além da poluição visual, gerando riscos reais e impactos socioambientais.

O Problema em Detalhes:

  • Desorganização Técnica e Riscos: Fios de fibra óptica e acessórios de conexões observando instalaçoes sem seguir as diretrizes da ABNT, muitos próximos a redes elétricas de baixa tensão, o que representa um perigo iminente. Calçadas, sarjetas, arborização urbana, postes de energia e canteiros centrais se tornam por vez emaranhados de cabos, prejudicando pedestres, pessoas com deficiência e a própria sinalização de trânsito.
                Mapa Interativo/APGAM: Ponto 10 (Registros/Fotos).
  • Descarte Irregular e Impactos: O cenário é agravado pelo abandono de fios cortados e acessórios. Esses resíduos se acumulam, obstruindo bueiros e sistemas de drenagem, o que aumenta o risco de inundações e enchentes. Além disso, causam poluição visual (Lei Cidade Limpa), afetam a arborização urbana e se tornam obstáculos perigosos para a circulação de veículos e, principalmente, de pessoas, incluindo crianças e idosos com registros próximos a escolas e unidades de saúde. (Mapa Interativo - Registros/fotos).


As Causas e Consequências:

 As consequências são graves:

  • Segurança: Perigo para pedestres, ciclistas e veículos.
  • Mobilidade Urbana: Obstáculos que dificultam a livre circulação.
  • Paisagem Urbana: Poluição visual que desvaloriza a cidade. Lei Cidade Limpa - nº 14.223/06)
Mapa Interativo/APGAM: Ponto 11 (Registros/Fotos).
  • Saneamento e Drenagem: Obstrução de bueiros, comprometendo o escoamento de águas pluviais e esgoto.


Legislação e Soluções Necessárias:

Apesar da Lei Cidade Limpa (Lei nº 14.223/06) focar na ordenação da paisagem urbana, o descarte irregular e a obstrução de bueiros se enquadram em princípios de qualidade de vida e não obstrução de estruturas públicas. A Lei de Limpeza Urbana (Lei nº 13.478/03) também estabelece infrações para o descarte irregular de resíduos em vias públicas.                                                                                                        Mapa Interativo/APGAM: Ponto 13 (Registros/Fotos).

A solução exige uma ação conjunta entre a Prefeitura de São Paulo (PMSP), o CREA,Comissão de Meio  Ambiente da Camara Municipal/SP, as Operadoras de internet, energia elétrica (ENEL) e as empresas instaladoras. É fundamental:

  • Logística Reversa e Acolhimento: As empresas devem implementar políticas eficazes para recolher e dar a destinação correta aos resíduos.
  • Fiscalização e Sanções: A Prefeitura precisa intensificar a fiscalização e aplicar as multas previstas nas legislações, inclusive a Lei Cidade Limpa.
  • Responsabilidade Jurídica: As empresas devem ser responsabilizadas civil e criminalmente pelos danos causados.
Alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS):

A resolução desse problema está diretamente ligada a importantes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU:
  • ODS 9 (Indústria, Inovação e Infraestrutura): Promove a construção de infraestruturas resilientes e a adoção de práticas sustentáveis.
                                                                                                                                                        Mapa Interativo/APGAM: Ponto 01 - (Registros/Fotos)

  • ODS 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis): Busca tornar as cidades mais inclusivas, seguras e sustentáveis, com gestão de resíduos e espaços públicos de qualidade.
  • ODS 12 (Consumo e Produção Responsáveis): Incentiva a redução da geração de resíduos e a adoção de práticas empresariais mais sustentáveis.
  • ODS 17 (Parcerias e Meios de Implementação): Destaca a importância da colaboração entre o setor público e privado para resolver desafios complexos.
A urgência de adaptar elementos administrativos, técnicos e jurídicos e a colaboração entre todos os envolvidos são cruciais para mitigar esses impactos socioambientais e garantir uma São Paulo mais segura, limpa e alinhada com os princípios do desenvolvimento sustentável.

Link: Mapa Interativo - Registros/fotos/Endereços/Ocorrencias.

https://www.google.com/maps/d/u/0/edit?mid=1EhubzRY_geOlMTXC5_HKf9_6eSoQ5OU&usp=sharing

Texto/Registros/Pesquisas: Ga. Ramos,J.C. (Diretoria APGAM).

Diretoria de Comunicação: Ga.Eduardo Oliveira

Apoio: Ga. Caroline Kerestes - Presidente APGAM.

E-mail: aapgam@gmail.com


Mapa Interativo/APGAM: Ponto 07 - Registros/Fotos.



domingo, 20 de julho de 2025

Minimizar - Incêndios Urbanos! E como prevenir.



Se você pensava que o risco de incêndios agressivos que ocorreram no 4o. Semestre/2024 se limitava a áreas rurais, é hora de repensar. Um fenômeno climático preocupante, antes associado a desertos, está cada vez mais presente no cotidiano urbano de São Paulo, elevando o risco de incêndios em edifícios e galpões comerciais  e industriais. A combinação de altas temperaturas e baixíssima umidade relativa do ar cria um cenário alarmante, com consequências potencialmente catastróficas para a infraestrutura e a saúde pública em tempos de mudanças climaticas.

Edificio Copan - Incendio dia 30/10/2024. Fonte - Banda-B

O último trimestre de 2024 já deu sinais claros do que está por vir, com noticiários diários sobre incêndios rurais agressivos. O que poucos sabem é que essa realidade pode se transportar para os centros urbanos. A história nos mostra exemplos sombrios, como os incêndios dos Edifícios Joelma (1974) e Andraus (1972) na região central de São Paulo, ambos ocorridos em fevereiro. E um evento recente, em 12 de setembro de 2024, trouxe um alerta ainda mais contundente.

                                                                                                                                           Estação Meteorelogica SÈ - Temperatura 34 graus - 12/09/24 - Credito: CGE/SP

Naquele dia (12/09/2024),  por volta das 15h, a Estação Meteorológica da Sé (SGE) registrou uma temperatura de 34°C e uma umidade relativa do ar de impressionantes 11,71%. Para colocar em perspectiva, a média de umidade do "Deserto do Saara", a 8.260 km de São Paulo, é de 20%. Ou seja, por algumas horas, o centro da maior cidade do Brasil viveu condições 50% menos úmidas que o próprio Saara, eliminando a distância e a barreira geográfica para a presença desses  elementos climáticos gravíssimos.

Estação Meteorelogica SÈ - Umidade Relativa -11,7 %  - 12/09/24 - Credito: CGE/SP

O Perigo à Espreita: Impactos nas Estruturas Fisicas e no Meio Ambiente

A ameaça vai muito além do calor. A baixa umidade e as altas temperaturas afetam diretamente as estruturas físicas de edifícios e galpões comerciais e industriais:


  • Ressecamento de Materiais: Madeira, couro e plásticos podem ressecar, rachar e deformar, tornando-se mais vulneráveis ao fogo.
  • Dilatação e Contração: Variações extremas de temperatura causam a expansão e contração de materiais como concreto e metal, levando a rachaduras e fissuras.
  • Desconforto Térmico e Consumo de Energia: A dificuldade em dissipar o calor em ambientes com baixa umidade aumenta o desconforto e a demanda por sistemas de climatização, elevando o consumo de energia.
  • Conservação de Produtos: Alimentos e materiais sensíveis à umidade têm sua conservação comprometida.
  • Problemas de Manutenção: Componentes eletrônicos e mecânicos sofrem com temperaturas extremas e poeira.

         A consequência mais grave é o aumento do risco e da intensidade dos incêndios. Em áreas urbanas densamente povoadas, com alta concentração de edifícios, um único foco de incêndio pode se espalhar rapidamente, gerando consequências catastróficas.

                                                                                                             Palco do Castelo Ra-Tim-Bum – Museu da Casa Brasileira – 05/10/24  -                 Fonte - Jovem Pan                                                      

Os Perigos Invisíveis: Poluição, Contaminação e Impactos na Biodiversidade

Um incêndio urbano não termina quando as chamas são apagadas. Os impactos ambientais são profundos e interconectados:

  • Poluição do Ar:  A queima de materiais libera gases tóxicos (monóxido de carbono, dióxido de carbono, óxidos de nitrogênio, dióxido de enxofre), material particulado fino e compostos orgânicos voláteis. Essa      fumaça causa problemas respiratórios e cardiovasculares, reduz a qualidade do ar em extensas áreas e contribui para o efeito estufa.
  • Contaminação do Solo e da Água: A água usada no combate ao fogo carrega cinzas, resíduos e produtos químicos para o solo e corpos d'água, contaminando lençóis freáticos e sistemas de drenagem, o que pode comprometer o abastecimento de água e a saúde dos ecossistemas.
  • Impactos na Biodiversidade Urbana: Áreas verdes, como parques e jardins, são destruídas, impactando a fauna local (aves, insetos, pequenos mamíferos) e a capacidade da cidade de regular a temperatura e absorver poluentes.

Shopping Brás – Rua Barão de Ladário, 308 - Brás                                                                                                                                                                                  Início do Incêndio próximo das 06:40 - Área atingida 18 Mil² - 200 lojas                                                                                                                                              Defesa Civil – Telhado do shopping colapsou. - Fonte - Prefeitura/SP


A Urgência da Resiliência: Legislação e Monitoramento

Diante desse cenário, a resiliência das infraestruturas é fundamental. A legislação municipal de São Paulo, embora não especifique detalhadamente dispositivos para troca de calor em telhados de galpões, possui marcos que indiretamente incentivam soluções de resfriamento passivo, como a ventilação natural. 

A Política Municipal de Mudanças Climáticas (Lei nº 14.933/2009) e o Protocolo Municipal de Enfrentamento ao Calor Extremo (Portaria nº 362/2025) são exemplos de iniciativas que podem, em futuras regulamentações, abordar medidas para reduzir o calor interno em edificações.

O Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo (CBPMESP), por meio do Decreto nº 63.911/2018 e suas Instruções Técnicas (ITs), já estabelece requisitos para sistemas de segurança contra incêndio e ventilação, que podem indiretamente auxiliar na minimização da temperatura interna, especialmente em locais com materiais inflamáveis.

O Que Fazer? A Solução Ignorada: Exaustores Térmicos

Apesar da gravidade do problema, muitos galpões e edifícios comerciais não são projetados para oferecer ambientes confortáveis e com redução de calor. Dispositivos como exaustores térmicos,  novos projetos, e revisão da capacidade de distribuição e carga de energia eletrica sob orientação tecnica autorizada, parte crucial da solução e ajudariam a preservar materiais, produtos e alimentos, mas também garantiriam maior conforto e segurança para moradores em edificios  e colaboradores em galpões industriais, comerciais e de logistica. 

A combinação de alta densidade populacional e de edifícios com condições climáticas extremas de altas temperaturas e baixa umidade eleva significativamente o risco. É crucial que a sociedade, as autoridades e os proprietários de imóveis reconheçam a urgência dessa questão e implementem medidas de mitigação eficazes. A proteção da vida, da saúde e do patrimônio depende de uma ação proativa e da adaptação de nossas cidades a um clima que se mostra cada vez mais extremo.


Fontes - fotos Jornalismos - Texto/Pesquisa - Carvalho, R.J -  Diretoria APGAM - Diretoria de Comunicação - Ga. Eduardo Oliveira - Apoio - Ga. Caroline Kerestes (Pres. APGAM)




domingo, 6 de julho de 2025

Desvendando o Clima de São Paulo: Como 32 Estações Meteorológicas Transformam a Gestão da Cidade.

 



São Paulo, nossa megalópole vibrante, é um caldeirão de microclimas. Se você já sentiu a diferença de temperatura entre um bairro com arranha-céus e um parque arborizado, sabe do que estamos falando! Para gerenciar essa complexidade, conta com uma rede robusta de 32 estações meteorológicas estrategicamente espalhadas pela cidade.

Equipadas com sensores de alta tecnologia, essas estações são os olhos e ouvidos do clima paulistano. Elas capturam dados essenciais para nos ajudar a compreender melhor as nuances climáticas locais:

  • Pluviômetros: Medem a chuva, indicando os volumes e intensidades das precipitações.

  • Sensores de Temperatura e Umidade Relativa do Ar: Registram as variações térmicas e a umidade, cruciais para entender as ilhas de calor urbanas.

  • Anemômetros (Vento): Monitoram a direção, velocidade e rajadas do vento, um fator importante na dispersão de poluentes e na sensação térmica.

  • Barômetros (Pressão Atmosférica): Registram a pressão, que pode indicar mudanças no tempo

Esses dados, compilados em relatórios digitais, revelam os indicadores mais críticos e os picos mais agressivos de cada fenômeno. Com essas informações em mãos, podemos realizar análises, avaliações e diagnósticos práticos que impactam diretamente o planejamento e a segurança da cidade.

Por Que São Paulo Precisa Desse Nível de Monitoramento?

A densidade populacional e a infraestrutura complexa de São Paulo criam desafios únicos. As notórias ilhas de calor urbanas e os diversos microclimas exigem uma rede de monitoramento de alta precisão.

As estações estão instaladas em diferentes zonas da cidade, desde áreas centrais densamente construídas até regiões periféricas e parques. Essa distribuição estratégica é fundamental para capturar a real variabilidade dos microclimas.

Para garantir a confiabilidade, utilizam apenas sensores precisos e calibrados, e disponibilizam sistemas de coleta de dados automatizados. A manutenção preventiva e corretiva devera ser constante, e rigorosos protocolos de verificação e validação de dados; visto que estas estaçoes metereologicas fazem parte do INMET que asseguram que as informações que você recebe são oficiais, e sempre as mais precisas.

Benefícios para a População e a Gestão Urbana?

A divulgação clara e acessível dos dados meteorológicos para a população é uma prioridade. Seja por meio de plataformas online, aplicativos ou outros canais, queremos que as informações estejam ao seu alcance.

Isso não só aumenta a conscientização, mas também fornece subsídios vitais para:

  • Planejamento Urbano: Tomada de decisões sobre construções e infraestrutura.

  • Gestão de Desastres: Alertas e ações rápidas em eventos climáticos extremos.

  • Saúde Pública: Impacto do clima na saúde da população.


Conheça os Principais Órgãos de Monitoramento em São Paulo

É importante saber que o monitoramento do clima na cidade conta com a colaboração de instituições renomadas:

  • Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE): Mantém uma rede de estações meteorológicas na cidade e fornece informações em tempo real sobre as condições climáticas. É a sua fonte primária para o dia a dia paulistano!

  • Instituto Nacional de Meteorologia (INMET): Responsável pelo monitoramento meteorológico em todo o país, o INMET fornece dados e previsões cruciais também para São Paulo.

  • Instituto Agronômico de Campinas (IAC): Mantém estações meteorológicas no estado de São Paulo e disponibiliza seus dados online, contribuindo para uma visão mais ampla do clima regional.

Observações: Neste dia 08/07/2025 - Iremos publicar a planilha/Sensores das "Estaçoes Meteorologicas" em funcionamento dado a importancia em obter o monitoramento e seus indices de  "Micro Clima" das regiões urbanas e rurais do municipio de São Paulo. 

Credito (s) : Foto - Carvalho,JR. - Pesquisa APGAM/IA-Gemini - CGE/Defesa Civil Municipio SP