sábado, 27 de julho de 2013

Pronta há três anos, Nova Marginal de SP não tem licença ambiental.

Mais de três anos após a inauguração das novas pistas da marginal Tietê, o "maior projeto de compensação ambiental" do mundo, anunciado na época, não terminou. O resultado prático disso é que a licença de operação da obra, que a autoriza a funcionar e, por lei, deveria ser dada antes da inauguração, não existe. Significa também que muitos impactos negativos gerados pela via continuam desequilibrando o ambiente.Para advogados ambientalistas, a falta de licença constituiu uma ilegalidade. A Nova Marginal, anunciada no final de 2008 pelo então governador José Serra (PSDB), custou R$ 1,3 bilhão. A compensação pela derrubada de árvores e impermeabilização de solo inclui, por exemplo, plantio ou doação de mudas e construção de barreiras sonoras, entre outros. A Dersa, ligada ao Estado, é a responsável por fazer todas as medidas compensatórias exigidas pelo órgão licenciador, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. Segundo a prefeitura, a licença não saiu por vários motivos. Os principais: construção de passarelas para pedestres e bicicletas e instalação de barreiras acústicas em áreas com poluição sonora. Para a prefeitura, faltam ainda a doação 8.576 mudas e a conclusão da Estrada Parque, numa região próxima ao parque Ecológico do Tietê. O entendimento da Dersa é diferente. Para a empresa, a licença já deveria ter sido dada. À Folha a estatal diz que estudos internos apontam que não há  necessidade de barreira acústica ao longo da marginal, porque a obra não aumentou o barulho no arredores. Apesar de a prefeitura indicar como prioritária a travessia de bikes e pedestres nas regiões das pontes da Freguesia do Ó, Santos Dumont e Casa Verde e perto do parque Villa-Lobos, a Dersa tem outra posição. Em nota, diz que "estudos concluíram que há baixa atratividade para trânsito cicloviário no entorno da marginal". O secretário municipal de Meio Ambiente, Ricardo Teixeira, que já trabalhou na Dersa, minimiza o fato de a Nova Marginal funcionar sem licença há mais de três anos. "Estamos conversando sempre para que tudo seja resolvido", diz, sem dar prazo para a emissão do documento.

EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO - Editoria de Arte/Folhapress

Foto: www.idadecerta.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário