O PAPA FRANCISCO, tem colocado temas sociais importantes próximos as populações mais atingidas pelas exclusões, sejam elas; sociais e agora especialmente ambientais. Independente de nossas crenças, são palavras carregadas de fundamentos tão próximas de todos os Gestores Ambientais, vale muito conferir esta "ENCICLICA" tão ambiental...
Editorial: APGAM
A ENCÍCLICA LAUDATO SI
Fazendo uso do magistério ordinário, ou seja, do
dever de ensinar, própria de sua autoridade suprema na igreja Católica, o Sumo
Pontífice escreveu uma Encíclica sobre a nossa casa comum, a relação da
humanidade para com o Planeta Terra e demais seres vivos e, também, a interação
recíproca entre os próprios seres humanos – criados à semelhança de Deus.
Mas, o que é uma encíclica?
A encíclica é uma carta papal que trata de matéria
doutrinária em variados campos: fé, costumes, culto, doutrina social, etc.
O conteúdo de uma encíclica não é formalmente
objeto de fé. Mas, como doutrina, a ela devem respeito os que professam a
religião católica. A encíclica não define dogmas, mas atualiza a doutrina
católica, posicionando a Igreja sobre um tema determinado.
Normalmente, uma encíclica é designada pelas suas
primeiras palavras, a partir do texto escrito em latim. É o caso da Encíclica
do Papa Francisco: LAUDATO SI.
O termo utilizado é próprio do humor do Papa
Francisco, pois resvala o laudato si, o conhecido “louvado
seja”, dirigido à terceira pessoa. No entanto, pelo teor da carta papal,
poderia substituir-se o “si” por “se”, resultando em uma recomendação:
“louve-o” ou “louvemo-nos” – a própria humanidade e seu meio.
A reflexão papal, portanto, é humanista. Resgata o
valor conferido ao homem pelo criador.
A EXCOMUNHÃO DA ECONOMIA PREDATÓRIA E DEGRADADORA
Em sua reflexão de seis capítulos, o Papa Francisco
condena a lógica atual de produção de bens, a exacerbada derrubada das
florestas para exploração de madeiras, o desmatamento irresponsável para
permitir pastagens, o agronegócio fundado no latifundio e na monocultura.
Condena o Papa, a disseminação da corrupção, o
controle e o poder econômico-financeiro sobre os Estados Nacionais, a
globalização e a interferência nas culturas locais, os maus tratos aos animais
e o consumismo.
Diagnostica o Sumo Pontífice:
“O homem e a mulher deste mundo pós-moderno correm
o risco permanente de se tornar profundamente individualistas, e muitos
problemas sociais de hoje estão relacionados com a busca egoísta de uma
satisfação imediata, com as crises dos laços familiares e sociais, com as
dificuldades em reconhecer o outro.”
Com o cuidado e zelo com que distribui hóstias aos
fiéis, o Santo Padre distribui duras críticas ao Sistema Financeiro
Internacional, suas especulações e lobbies obscuros junto a agentes
políticos.
A encíclica criminaliza o modus operandi dos
grupos econômicos e elites detentoras de tecnologias para o agronegócio.
Prepara, em seguida, condições para excomungar qualquer tentativa de
apropriação privada dos recursos hídricos, ao denunciar os interesses privados
que intentam relativizar a soberania dos países detentores deste recurso (cita
a Amazônia, expressamente).
“Na realidade a tecnologia, que, ligada à finança,
pretende ser a única solução dos problemas, é incapaz de ver o mistério das
múltiplas relações que existem entre as coisas e, por isso, às vezes resolve um
problema criando outros.”
“Enquanto a qualidade da água disponível piora
constantemente, em alguns lugares cresce a tendência para se privatizar este
recurso escasso, tornando-se uma mercadoria sujeita às leis do mercado. Na
realidade, o acesso à água potável e segura é um direito humano essencial,
fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas e,
portanto, é condição para o exercício dos outros direitos humanos. Este mundo
tem uma grave dívida social para com os pobres que não têm acesso à água
potável, porque isto é negar-lhes o direito à vida radicado na sua dignidade inalienável.”
Uma leitura mais atenta dos 245 parágrafos revela
uma minuciosa filosofia ecumênica, escrita por um cristão. O Papa clama à
humanidade mais respeito a si própria e à natureza.
A encíclica é uma carta papal que trata de matéria
doutrinária em variados campos: fé, costumes, culto, doutrina social, etc.
O conteúdo de uma encíclica não é formalmente
objeto de fé. Mas, como doutrina, a ela devem respeito os que professam a
religião católica. A encíclica não define dogmas, mas atualiza a doutrina
católica, posicionando a Igreja sobre um tema determinado.
Normalmente, uma encíclica é designada pelas suas
primeiras palavras, a partir do texto escrito em latim. É o caso da Encíclica
do Papa Francisco: LAUDATO SI.
O termo utilizado é próprio do humor do Papa
Francisco, pois resvala o laudato si, o conhecido “louvado
seja”, dirigido à terceira pessoa. No entanto, pelo teor da carta papal,
poderia substituir-se o “si” por “se”, resultando em uma recomendação:
“louve-o” ou “louvemo-nos” – a própria humanidade e seu meio.
A reflexão papal, portanto, é humanista. Resgata o
valor conferido ao homem pelo criador.
A EXCOMUNHÃO DA ECONOMIA PREDATÓRIA E DEGRADADORA
Em sua reflexão de seis capítulos, o Papa Francisco
condena a lógica atual de produção de bens, a exacerbada derrubada das
florestas para exploração de madeiras, o desmatamento irresponsável para
permitir pastagens, o agronegócio fundado no latifundio e na monocultura.
Condena o Papa, a disseminação da corrupção, o
controle e o poder econômico-financeiro sobre os Estados Nacionais, a
globalização e a interferência nas culturas locais, os maus tratos aos animais
e o consumismo.
Diagnostica o Sumo Pontífice:
“O homem e a mulher deste mundo pós-moderno correm
o risco permanente de se tornar profundamente individualistas, e muitos
problemas sociais de hoje estão relacionados com a busca egoísta de uma
satisfação imediata, com as crises dos laços familiares e sociais, com as
dificuldades em reconhecer o outro.”
Com o cuidado e zelo com que distribui hóstias aos
fiéis, o Santo Padre distribui duras críticas ao Sistema Financeiro
Internacional, suas especulações e lobbies obscuros junto a agentes
políticos.
A encíclica criminaliza o modus operandi dos
grupos econômicos e elites detentoras de tecnologias para o agronegócio.
Prepara, em seguida, condições para excomungar qualquer tentativa de
apropriação privada dos recursos hídricos, ao denunciar os interesses privados
que intentam relativizar a soberania dos países detentores deste recurso (cita
a Amazônia, expressamente).
“Na realidade a tecnologia, que, ligada à finança,
pretende ser a única solução dos problemas, é incapaz de ver o mistério das
múltiplas relações que existem entre as coisas e, por isso, às vezes resolve um
problema criando outros.”
“Enquanto a qualidade da água disponível piora
constantemente, em alguns lugares cresce a tendência para se privatizar este
recurso escasso, tornando-se uma mercadoria sujeita às leis do mercado. Na
realidade, o acesso à água potável e segura é um direito humano essencial,
fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas e,
portanto, é condição para o exercício dos outros direitos humanos. Este mundo
tem uma grave dívida social para com os pobres que não têm acesso à água
potável, porque isto é negar-lhes o direito à vida radicado na sua dignidade
inalienável.”
Uma leitura mais atenta dos 245 parágrafos revela
uma minuciosa filosofia ecumênica, escrita por um cristão. O Papa clama à
humanidade mais respeito a si própria e à natureza.
- See more at: http://www.ambientelegal.com.br/incrementum-sustinere-habemus-papam/#sthash.yATWJvAm.UuH1DeeH.dpuf
O biocentrismo, praticado por hordas de
ambientalistas radicais, adeptos do chamado ecologismo profundo – e que
contamina agentes públicos em vários setores da Administração Pública no
Brasil, retira o homem do centro das preocupações com o meio ambiente
ecologicamente equilibrado. Com isso, desumaniza a aplicação do direito
concreto à tutela do bem ambiental.
É sabido que esse deslocamento do ser humano, do
núcleo central para a periferia do direito ambiental, transforma o aplicador da
lei em uma espécie de “guardião”, um iluminado que não irá se
preocupar em conferir peso ao ser humano, na resolução dos conflitos
ambientais.
Como escola de pequenos ditadores, o biocentrismo
atua de maneira a envolver os incautos numa cloaca de vaidades intelectuais e
carências emocionais reciprocamente estimuladas. Confunde interesse público com
impulso psicológico de se imiscuir no comportamento moral alheio, de determinar
a atividade econômica e social do outro.
O Papa Francisco, a respeito, conclui que:
“Por isso, mesmo que nós « cristãos, algumas vezes
interpretámos de forma incorrecta as Escrituras, hoje devemos decididamente
rejeitar que, do facto de ser criados à imagem de Deus e do mandato de dominar
a terra, se deduza um domínio absoluto sobre as outras criaturas» (67). Ao ser
humano cabe a responsabilidade de «“cultivar e guardar” o jardim do mundo (cfr
Gen 2,15)» (67), sabendo que «o fim último das restantes criaturas não somos
nós. Mas todas avançam, juntamente connosco e através de nós, para a meta
comum, que é Deus » (83).”
“Que o ser humano não seja o dono do universo, «não
significa igualar todos os seres vivos e tirar ao ser humano aquele seu valor
peculiar » que o caracteriza; « também não requer uma divinização da terra, que
nos privaria da nossa vocação de colaborar com ela e proteger a sua fragilidade
» (90). Nesta perspectiva, « todo o encarniçamento contra qualquer criatura «é
contrário à dignidade humana» » (92), mas « não pode ser autêntico um
sentimento de união íntima com os outros seres da natureza, se ao mesmo tempo
não houver no coração ternura, compaixão e preocupação pelos seres humanos »
(91). Necessita-se da consciência de uma comunhão universal: « criados pelo
mesmo Pai, estamos unidos por laços invisíveis e formamos uma espécie de
família universal, […]que nos impele a um respeito sagrado, amoroso e humilde »
(89).”
CONCLUSÃO
A encíclica papal, portanto, irá causar nos
próximos anos, profundas reflexões no meio ambientalista e, com certeza,
pautará mudanças sensíveis na forma como certas lideranças políticas,
operadores do direito, dirigentes políticos e empresários administram os
conflitos de natureza ambiental.
Que assim seja, e que o Papa Francisco, o primeiro
Chicão, o Chico dos chicos, enfluencie decisivamente para o resgate e a
humanização da gestão ambiental em nosso planeta.
Louvado Seja!
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