segunda-feira, 11 de outubro de 2010

LAMA VERMELHA TERÁ EFEITOS POR ANOS NA REGIÃO.

Os resíduos tóxicos da avalanche de lama vermelha provocada por um acidente em uma fábrica de alumínio na Hungria foram diluídos no Rio Danúbio e não há risco de uma catástrofe ambiental ainda maior na Europa do Leste. O diagnóstico foi anunciado ontem por autoridades de Budapeste, depois de constatarem que o pH do rio não havia sido significativamente alterado. A avalanche de pelo menos 700 mil metros cúbicos de lama tóxica invadiu três cidades do centro da Hungria na quarta-feira, obrigando Budapeste a decretar estado de emergência em três províncias. Temendo a contaminação da malha fluvial de toda região, países vizinhos também entraram em alerta. Ontem subiu para sete o número de mortos pela contaminação e há ainda pelo menos dois desaparecidos. A ONG WWF anunciou, também ontem, ter uma foto que supostamente prova que o vazamento da fábrica húngara começou em junho. A companhia não comentou o caso. O Greenpeace acusa Budapeste de ter inicialmente subestimado a tragédia. Níveis de substâncias como arsênico e mercúrio seriam muito mais altos do que o divulgado pelas autoridades. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, afirmou que a ameaça no Danúbio foi eliminada. "Conseguimos tomar controle (do desastre) a tempo", disse Orban à TV húngara. A Comissão de Proteção do Danúbio, grupo com sede em Viena, confirmou a informação. "As consequências (da avalanche de lama) não parecem ser tão dramáticas", afirmou o porta-voz do grupo, Philip Weller. O pH do local onde a lama atingiu o Danúbio atingiu ontem a cifra de nove - abaixo dos 13,5 medidos no Rio Marcal, o mais contaminado pelo acidente.

A contaminação pelos metais pesados da lama vermelha terá efeitos por anos na região onde fica a fábrica de alumínio. Por isso, autoridades evitam fazer estimativas sobre a extensão e o custo total da catástrofe.

AP - O Estado de S.Paulo - foto: hype science

Nenhum comentário:

Postar um comentário