terça-feira, 11 de setembro de 2012

Dá para confiar nos selos ambientais?



Os departamentos de marketing das empresas sabem que hoje há um terceiro elemento na relação custo/benefício: o ambiente. Aquelas com produtos e imagem associados à preservação do planeta têm muito mais chances de vitaminar a própria saúde financeira. Há as que entram na competição ambiental de forma responsável e comprometida. Por outro lado, existem empresas atrás de atalhos que acelerem o processo. Isso explica em parte a proliferação de selos que, em tese, são atestados de correção ambiental. Impressos nas embalagens, alguns selos são de fato uma tática comercial, com pouca ou nenhuma ação concreta para preservar o ambiente ou diminuir o impacto que a produção gera em rios e florestas. “É a certificação por auto-declaração, em que a própria empresa afirma que seu produto é sustentável”, diz a secretária-executiva no Brasil do conselho que formula o selo FSC (Forest Stewardship Council), Fabíola Zerbini. “É claro que existem aqueles que fazem isso de maneira séria. Mas é diferente do rigor da ‘certificação por terceira parte’, quando uma instituição independente audita os fabricantes”, completa. Quem age de má-fé aposta na dificuldade de interpretação dos consumidores. “Temos um exemplo claro. Fizemos uma pesquisa para saber o que as pessoas entendiam sobre as tabelas nutricionais na embalagem dos alimentos. A conclusão foi de que 60% não compreendiam o que as informações significavam”, relata João Paulo Amaral, pesquisador em consumo sustentável do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Por outro lado, há também exemplos positivos, como o selo Procel, que certifica se um aparelho elétrico consome pouca ou muita energia. É um método de cores que funciona muito bem. A pessoa olha e já sabe que o indicador “A” - verde, é melhor do que o “E” - vermelho. “Hoje essas etiquetas são mais um critério de decisão na compra de uma geladeira ou máquina de lavar”, constata Amaral. Na opinião do especialista, é preciso facilitar a visualização para o consumidor, além de fazer um trabalho de divulgação das certificações mais confiáveis (conheça as principais no quadro abaixo). O vice-presidente da ONG americana Green Building Council – que concede o selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) –, Scot Horst, concorda com esse pensamento e vai além. Para ele, também é preciso tornar claro como um determinado selo pode impulsionar mudanças reais, como manter mais florestas em pé, por exemplo. Raciocínios como esse levaram a Green Building Council a rever alguns de seus critérios – considerados “frouxos” – na hora de conceder certificados a uma construção. Mas, na opinião de Horst, pressionar as empresas não é o bastante. O consumidor tem de entrar na briga. “A questão é: as pessoas realmente se importam?”, questiona. Os engajados podem e devem ir atrás de informação. “Gosto de ir a lugares que se dizem ‘verdes’ e perguntar por que se denominam assim. Isso desafia as pessoas a refletir se realmente conhecem o que vendem”, diz. Ou seja, em uma simples conversa dá para ter uma ideia se o estabelecimento merece o selo que ostenta na porta.

Jornalistas: Larissa Veloso e Juliana Tiraboschi 
Foto - Ilustração: comexverde.blogspot.com




domingo, 2 de setembro de 2012

Editorial: Agôsto 2012


Em meio a um ambiente nervoso devido as eleições e renovação política dos municípios paulistas, os programas partidários continuam a focar os tradicionais “Cantos da Sereia”para os seus eleitores: Saúde, Educação e Transporte. O tema “Meio Ambiente” fica restrito aos políticos engajados neste perfil, e aos restritos partidos politicos que levantam a bandeira ambiental que igualmente caem as vezes na famosa frase - “Casa de ferreiro, espeto de pau”. E com a chegada dos programas na televisão aberta, não é diferente, os temas seguem o texto comum, da velha e continua “Catarata”, do conhecido “Bilhete Único” e suas possibilidades, o famoso “Aero Trem” de diversas campanhas, discussões pelo “Imposto Único, ou o tal "Não prometo agora". Estes temas são recorrentes porque os “Deficit” dependendo de cada município, são preocupantes criando ações e comportamentos sociais que assolam a vida de seus moradores, trazendo angustias e um estresse empunhado por uma pressão diária de trabalho, muito consumo, e novo e antigo terror do período de inverno, a baixa relatividade do ar. E os programas partidários estão longe de comentar este novo fenômeno que atinge picos de até 15% de relatividade do ar, que resseca os pulmões dos idosos e assolam as alergias em nossas crianças paulistanas, misturando-se com um volume agressivo de material particulado, carregado de dióxido de carbono e seus nefastos derivados. Quais são as políticas de retenção desses fenômenos, motivados pela geração de energia nos veículos. Este mês de Agosto esta sendo cruel, e esperar a tal ventilação da tarde, que a CETESB no seu eterno plantão, oferece de informação, para afugentar as camadas de poluição do ar, não pode ser a nossa única estratégia técnica, pois o vento naturalmente ja contribui para nos salvar, além das nossas famosas preces à São Pedro. Mas uma política forte de arborização, e outros mecanismos operacionais, e incentivos municipais, com de redução de impostos (IPTU), oferecendo projetos locais de combates aos “Micro Climas” (Ilhas de Calôr) mais agressivos a população local, que oferece riscos diretos a saúde, com a participação de Biólogos, Arquitetos, Climatologistas, Educadores, Agentes Sociais, Operacionais da Saúde, e outros profissionais que ofereçam uma carga de conhecimento nesta linha de combate direto a este ambiente perverso que diariamente observamos no horizonte, especialmente na capital e grande São Paulo. O que percebemos em função dos conhecimentos adquiridos na Gestão Ambiental, que alguns municípios Paulistas ainda são carentes de boas estruturas físicas e de um ordenamento, que de fato tenha resultado no que foi estabelecido por seu “Plano Diretor”, que é a carta impregnada pela vontade de seus moradores, e da política de metas do seu futuro gerente executivo, na caso o seu atual candidato, e futuro “Prefeito” eleito. O Brasil tem uma base municipal fantástica superior a 5.000 municípios que na maioria estão com espaço de atuação, e de revelar conhecimentos regionais de seus impactos e soluções ambientais, e que estão a busca de projetos e de bons resultados. Fica então o desejo dos senhores candidatos ao cargo de “Prefeito” ter por obrigação conhecer suas dificuldades e soluções ambientais dentro dos princípios fundamentais: Preservação, Precaução e Conservação, conduzindo dentro do Plano diretor estabelecido, ou suas devidas revisões, sempre na busca do perfil sustentável, preservação da saúde e da qualidade de vida de seus munícipes.

Outro fato importante neste mês de Agosto/12, para Gestão Ambiental, foi a fundação da Associação dos Gestores Ambientais do Piaui – AGAPI, que tem como Presidente o Ga. Leonardo Martins, com graduação na Universidade Federal. Foi uma ótima noticia para a Associação Paulista dos Gestores Ambientais, embora não tenha participado da sua fundação, que seria uma imensa honra, mas temos o aceite de futuras parcerias, dentro do estabelecido por seu perfil de Associação Estadual, pois o incentivo é mutuo, e se fortalecer como instituição técnica e política, com atuações em ações dentro dos princípios de desenvolvimento, mas com pragmatismo do profissional de Gestão Ambiental. E o Piaui é de fato, um imenso desafio para as pretensões sociais e ambientais da AGAPI, e desejamos a todos os diretores: determinação, coragem e muita intuição na busca de projetos que reflitam a necessidade do povo Piauiense. E ficam os incentivos dos colegas Gestores Ambientais Paulistas, que no mês de Novembro completamos o nosso sonhado três anos de atuação, que amplia e nos oferece o direito de uma titularidade reconhecida pela sociedade civil para projetos futuros junto, as empresas e a gestão publica. 

“Acreditem em tornar o impossível, possível, e avaliem sempre os caminhos. A verdade, é única e pontual. A política, sempre é a do “BEM”. Estes fundamentos abrem portas, diversificam, qualificam pessoas, atraem bons fluidos, confiança mutua, e sucesso na metas estabelecidas”.

Sucesso sempre! Associação dos Gestores Ambientais – AGAPI.

Foto: Comunidade habitacional - Singapura Fernão Dias - Grupo de Teatro Guaru - Projeto: Arquiteta Alejandra Bruschi - CJ. Vila Nilo.

Texto/foto: Ga. José Ramos de Carvalho