quinta-feira, 29 de julho de 2010

FALSA IMAGEM “VERDE” DOS PRODUTOS

Os produtos brasileiros são os que usam menos apelos em suas embalagens para demonstrar ao consumidor sua preocupação ambiental. Comparado a outros países, o Brasil é o país que apresenta a menor média de apelos ecológicos por produto, 1,8 por produto, enquanto os Estados Unidos lideram o ranking uma média de 2,3 apelos por produto. Ainda assim, a prática é frequente no país, pois 90% de todos os apelos encontrados nos produtos cometem pelo menos um dos pecados da rotulagem ambiental. Os dados divulgados são o resultado da pesquisa Greenwashing no Brasil, um estudo sobre os apelos ambientais nos rótulos dos produtos, realizado pela Market Analysis dando continuação no Brasil da pesquisa realiza pela TerraChoice em quatro outros países: EUA, Canadá, Reino Unido e Austrália. Para quem não conhece o termo na língua inglesa greenwashing é empregado para designar um procedimento de marketing utilizado por uma organização com o objetivo de prover uma imagem ecologicamente responsável dos seus produtos ou serviços. As pesquisas realizadas buscaram não apenas descrever, mas principalmente entender e quantificar o crescimento no mercado do “greenwashing” ou “maquiagem verde” como também é conhecido. Através dos padrões observados, os apelos que apresentavam menções falsas ou duvidosas foram classificados em sete categorias (pecados do custo ambiental camuflado, pecado da falta de prova, pecado da incerteza, pecado ao culto a falsos rótulos, pecado da irrelevância, pecado do “menos pior” e o pecado da mentira), chamadas de “os sete pecados da rotulagem ambiental”. Entre as 15 lojas visitadas no Brasil, foram encontrados 501 produtos de várias categorias que juntos somam um total de 887 apelos ecológicos. Comparando o Brasil à média dos outros países pesquisados, enquanto nos outros países há forte presença do pecado do custo ambiental camuflado (40%), aqui o pecado da incerteza (quando uma declaração é tão pobre ou abrangente que seu real significado pode não ser compreendido pelo consumidor) prevalece sobre os demais cometidos (46%) e é percebido em 55% de todos os produtos verificados que contém apelos ecológicos.

Texto: Thayse K. Neves

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